domingo, 7 de junho de 2015

A melhor festa do ano

Com o começo do fim do período chuvoso, começa-se uma outra temporada no Brasil. E já vou logo pedindo desculpas a todas Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a todo peculiar carnaval pernambucano, aos caprichosos e garantidos, ao melhor das churrascadas gaúchas etc., mas as festas brasileiras mais vistosas, mais apaixonantes e cheirosas são as juninas.

Santo Antônio, São Pedro e São João são homenageados por toda a ajuda nas colheitas, no envio da chuva, no reforço da fé, como também no auxílio para formação familiar, afinal, o primeiro santo mencionado é o santo requisitado quando se quer um par.

Só em quadrilha junina mesmo para eu já ter sido padre e delegado. E é bom deixar registrado que não há talento em mim nem pro clero, nem pra militar, muito menos pra dança. Mas para se dançar quadrilha, quanto mais desengonçado melhor.

Um ponto muito importante em questão é que se tornou recorrente utilizar trapos remendados nas vestimentas de dançarinos de quadrilha, principalmente fora do Nordeste, o que não é, precisamente, uma tradição. O que antes acontecia é que os sertanejos utilizavam suas melhores roupas para as comemorações – coisa que todos fazemos, né? –, as tão conhecidas “roupas de domingueira” ou “roupa da missa”. Se, infelizmente, há uma tradição de muito dinheiro na mão de poucos e quase nenhum dinheiro na mão da maioria, então, antigamente, a melhor roupa dos nordestinos, em alguns casos, eram remendados, sim. Mas, se estes pudessem comprar uma roupa melhor e sem tecidos costurados em cima, certamente era isso que eles utilizariam. Então, remendo não é enfeite.

E há barraca do beijo, há tiro ao alvo, há bingo, há pular fogueira, há espetar de faca na bananeira; há vatapá, paçoca, baião, carne do sol, aliás, há uma incrível variedade de iguarias derivadas do milho: canjica, pamonha, mugunzá [doce e salgado], milho cozido, assado, bolo de milho. Garanto: a culpa só vem em julho.

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