por CA Ribeiro Neto
coluna: Da nossa opção por voar
Zé Donato, 26 anos, sua
barba cresce rapidamente e é bem espessa. Cultiva-a com orgulho, apara as
pontas, passa xampu e creme. Leva sempre no bolso traseiro da calça um pentezinho
para pelos faciais. Até começar um namoro com uma garota que “prefere sua cara
lisinha” ou, pior, “sente cócegas com a barba pinicando seu pescoço”. Bem, a
vida é feita de alguns sacrifícios. Triste fim da barba do Donato.
***
Marisa, sem dificuldade,
decidiu focar nos estudos. Ser médica é a concretização de seu sonho: ajudar
pessoas. Numa república onde todas as meninas só falam sobre namorados; numa
cidade onde quase toda casa é república; numa região de colonização italiana
onde quase todos os pobres moradores locais são de olhos verdes; deveria ser
difícil manter a promessa. Mas não foi, até conhecer Plínio, depois da missa.
Ficaram amigos, olharam-se nos olhos, e decidiram juntos: foram praticar
solidariedade na comunidade. Sonho realizado.
***
Ari está sem sono de novo
e o único remédio que ele conhece é caminhar pela cidade. Era duas horas da
manhã e o vento lá fora parecia cortar ossos. Botou um jeans e uma blusa xadrez
manga longa. Calçou um chinelo. Encontrou uma moça caída no chão. Perguntou o
que tinha acontecido e ela não respondeu. Contudo, ela chorando muda, e com
sangue nas coxas, na blusa em trapos, ele entendeu. Ajudou-a e a levou ao
hospital. Só foi pra casa quando a deixou na casa dela. Salva. Agora
consegue dormir.
2 comentários:
Adorei, CA!
E olhe... reagi.
Mais explicações em outro comentário.
É bom saber que meus retalhos fazem alguém reagir!
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