sexta-feira, 17 de junho de 2016

Juazeiro da Bahia

por:
Hermes de Sousa Veras
Ligeiramente sombrio. No mais, consideravelmente feliz e tropical.
Coluna: Etnoliteratura
[ | ]


Estive, novamente, concorrendo a professor assistente (quando você ainda não é doutor) em uma Universidade. Dessa vez era em Juazeiro da Bahia. Acho um horror o tanto de papelada que temos que reunir, e a maratona de provas que nos submetemos em sequência. Portanto, só vale o gasto de nossa saúde-dinheiro quando passamos, o que não foi meu caso; então outras coisas sobram, a experiência humana e conhecer mais uma cidade, por exemplo. Pela primeira vez estive ali e na Bahia.

Como o campus da Universidade, ao menos o principal, está situado em Petrolina/PE e Juazeiro/BA, acabei descendo em Petrolina, para posteriormente rumar a Juazeiro.

E era impossível não lembrar daquela música de Luiz Gonzaga...

Demorei para me aperceber na Bahia. Duas coisas foram necessárias. A primeira foi logo após uma prova. Estava com uma candidata a professora também, que por ventura se encontrava hospedada no mesmo hotel que eu. Nesse dia havia acontecido um apagão e o trânsito ficou complicado nas duas cidades, o que não é muito comum. O táxi que chamei não apareceu. Perguntei para um aluno se haveria algum ponto de táxi ali, ao falar um sim, logo foi oferecendo uma carona, pois o hotel se encontrava no centro. Ficamos desconfiados, e com receio de estar abusando. Mas então disse:

– Vocês estão na Bahia, o povo aqui é receptivo! 

E são mesmo. Pegamos a carona e economizamos bastante. Bom, a segunda experiência foi com o acarajé. Aí não tem muito o que explicar. 

Nos poucos dias que ali fiquei, pude reencontrar a caminhada pela cidade, o que anda cada vez mais difícil nas cidades que habito, Belém do Pará e Fortaleza/CE, por razões óbvias. A noite já avançada não impedia que caminhasse pela orla do São Francisco, estabelecendo uma relação mais íntima com a urbe. 

De qualquer forma, deixei Juazeiro, essa pequena grande cidade, com desejos de retornar. De Petrolina não posso falar muito, pois foi apenas meu local de desembarque. Entretanto, só pelo simples fato de poder atravessar uma ponte em Pernambuco e desembocar na Bahia, ou vice-versa, posso dizer que Petrolina é agradável de igual modo.

Convivendo com pessoas de diversas partes do Brasil, e tendo oportunidade de me deslocar pelas suas regiões, o Brasil que me desculpe, mas o Nordeste, e a Caatinga sobretudo, são essenciais.

2 comentários:

Pedro Gurgel disse...

" O Brasil que me desculpe, mas o Nordeste, e a Caatinga sobretudo, são essenciais."

Meu Brasil de muitos brasis, tire qualquer parte e serás infeliz.

Hermes de Sousa Veras disse...

Isso já aconteceu antes mesmo do Brasil ser Brasil. Daí a infelicidade dele, desse país imenso e vaidoso.