por: Hermes de Sousa Veras
Cearense em devir-Amazônia. Dizem que ficou sombreado na
mata e voltou falando sobre profecias de fim de mundo.
Coluna: Etnoliteratura
Às vezes tudo que preciso é de um livro antigo, místico e
ancestral. A companhia desses mortos irradiam tanta sabedoria e soberba... Meu
corpo inteiro cabe nas linhas escritas. Como um pajé amazônico, recebo
conhecimentos do mundo d’outrora, essas entidades estranhíssimas que habitam ao
leitor atento, atualizando-se das mais impressionantes maneiras.
É preciso ter cautela, pois transportar para a nossa
consciência coisas extintas (e que continuam a vibrar em algum canto...) sem a
devida compensação simétrica e reconhecimento da limitação humana, e dos
agregados de demônios que nos atravessam e habitam toda a experiência vivida, é
fatal. Facilmente podemos rotulá-los de injúrias de nosso tempo, de coisas tão
ruins que nos perseguem cotidianamente.
Não raramente, o horizonte de possibilidade é o livro
antigo. Contudo, o cuidado químico de manipulação de conceitos que exalam certo
bafio é qualidade extraordinária.
Tortuosidades continuam acontecendo em nome de um álibi
invisível: a leitura fantasma e a leitura álcool. Não existindo, ou apenas
habitando o mundo em estado volátil. Rapidamente se dispersa e desaparece.
2 comentários:
Os antigos são osso mesmo! Já disseram tudo e a gente fica só repetindo... rsrs
E dizem que não se pode escutar os falecidos... Meu querido, o texto contempla bem essa experiência espiritual.
Fábio R.
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