segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Despedida

Coluna: Hipermetropia

A despedida é uma das características da efemeridade humana nesta terra. Nada há de mais saudoso! Penso que, com raras exceções, é esse o único momento de reflexão sobre as experiências vividas: a despeito dos conselhos de bons filósofos, só se pensa sobre a vida, na morte, a despedida por excelência e única inevitável. 

É claro, nem todo 'até' é definitivo. Mas todos podem ser. Esse é o grande inconveniente.

Para facilitar, nada como versos para dizer, sem saber se disse, o que gostaria de ter dito, se soubesse como dizer.



DESPEDIDA
Acaso nosso reencontro more no nunca,
Meu corpo estará morto aos teus olhos.
Afinal, só existe o sentido ou o percebido:
Só existo quando estou na tua frente ou dentro daí.
Serei, pois, eterno para ti
E estarei sempre contigo
Naquilo que, de mim,
Deixares te permanecer.

Assim, peço:
Deixe-me morrer e inexistir no que não fui,
Eternize-me naquilo que me sabes ser.
Até!


Pedro Gurgel Moraes 
Aluno da Escola da Vida. 
Amante da Mulher Mais Bela. 
Navegador dos Mares dos Sonhos. 
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela. 

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