Coluna: Hipermetropia
A despedida é uma das características da efemeridade humana nesta terra. Nada há de mais saudoso! Penso que, com raras exceções, é esse o único momento de reflexão sobre as experiências vividas: a despeito dos conselhos de bons filósofos, só se pensa sobre a vida, na morte, a despedida por excelência e única inevitável.
É claro, nem todo 'até' é definitivo. Mas todos podem ser. Esse é o grande inconveniente.
Para facilitar, nada como versos para dizer, sem saber se disse, o que gostaria de ter dito, se soubesse como dizer.
DESPEDIDA
Acaso nosso reencontro more no nunca,
Meu corpo estará morto aos teus olhos.
Afinal, só existe o sentido ou o percebido:
Só existo quando estou na tua frente ou dentro daí.
Serei, pois, eterno para ti
E estarei sempre contigo
Naquilo que, de mim,
Deixares te permanecer.
Assim, peço:
Deixe-me morrer e inexistir no que não fui,
Eternize-me naquilo que me sabes ser.
Até!
Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário