por Victor Hudson
Coluna: A vida é um dia
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Nestas férias de 2016, após 15 anos de vaivéns da vida adulta (estudos/trabalhos), estive em Belém - ou talvez tenha sido a cidade que tenha estado em mim enquanto caminhava por ela, ainda não sei.
Mangueiras. Castanheiras. Praças. Primos. Rios. Tios. Sorvete de açaí do Cairu. Vitórias régias do parque zoobotânico Emílio Goeldi. Tudo esta lá, do jeito que minha lembrança guardou, na gaveta dos meus afetos de adolescência e infância. Quando a gente é criança, tudo parece maior, é verdade. Mas encontrei tudo como eu deixei, com a mesma altura da aura de encanto e comprimento de nostalgia.
Uma coisa fantástica que acho de Belém (quem vive lá sabe), é que uma rua, nunca é apenas uma rua. A chance dos olhos revelarem uma nova Belém numa rua sem aparentes atrativos, é enorme. Assim foi comigo no aconchegante Gotazkaen. Um charmoso Bar, Restaurante Vegano, Galeria de Arte conhecido popularmente como “Gota”, situado numa ruazinha escura, de várias casinhas antigas. Fui lá comprar uma janta vegana com minha prima Suyá, minha guia e anfitriã. Parecia um pedaço de Fortaleza ali, na Travessa Rui Barbosa, no bairro das Docas. Lembrei de Fortaleza, do Dragão do Mar. Mas era Belém, era Rio. Vivida de perto por mim, longe do sobrevoo panorâmico das memórias de 15 anos atrás. Mas ainda assim direto para gaveta dos afetos.
Belém tornou-se para mim um lugar que nunca perco de vista. Talvez isso seja manifestação de minhas raízes por parte de pai, lá. Talvez seja o charme biodiverso da cidade que já entrou no seu quarto centenário. Talvez seja apenas eu e meu processo seletivo de afetos e lembranças. Talvez seja o sorvete de açaí do Cairu. Talvez, ainda, de repente, a palavra cidade mostrou que fronteiras vão além do que o horizonte mostra e esconde: virou saudade.
2 comentários:
Belém é uma cidade encantadora. Passei 3 dias intensos nessa cidade!
Estou morando em Belém há uns 3 anos, acho. É uma cidade maravilhosa, apesar do descaso público para com ela. Poderia ser bem melhor... Mas só em pensar em deixar essa cidade do Veropa, já me encho de saudades também!
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