por Maria Freire
Coluna: Nada é por acaso
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Era um dia fagueiro de sol radiante, enquanto as borboletas agitavam-se na água, Helena estava sentada sossegadamente em uma pedra à beira do rio a fitar o seu curso e como um sobressalto pensou na vida. Estando ali, presa em seus pensamentos enquanto fixava os seus olhos no curso do rio, ela percebeu que o rio passa e não fica, nada deixa e nunca regressa. Assim é a vida. Quer aproveitamos, quer não aproveitamos, passamos como o rio.
Até aquele momento ela não tinha percebido o quanto a vida lhe tinha passado. Não por lhe faltarem oportunidades, mas porque estava presa, perdida dentro de si. Ela mesma era um labirinto. Ela passou pela vida na ânsia de ter alguma coisa. Passou pela vida como uma pobre menina a planejar a vida, ansiosa para ver seus sonhos realizados o mais rápido possível. Diante daquele rio, sentiu a angústia de quem vive em um ciclo que faltava muito para se fechar.
Observando o curso do rio, ela se sentiu pequena miserável. Ah, o rio, esse sim, ela já sabia que não dá para controlar o seu curso. E nem devia. Pois ele quer mesmo é fluir, seja em correntezas ou de forma tranquila e leve.
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