domingo, 13 de novembro de 2016

O meu último orvalho

por Léo de Oliveira
coluna: Coluna Verberal


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Corrói minha carne, este meu âmago.
A mágoa que antes letargia me dava
Causa-me náusea e destrói o estômago
A dor é materialmente vomitada.

Não provarei mais bebida alcoólica.
Degustarei de meu próprio pranto.

Para ver se me altero um tanto
De uma embriaguez melancólica.

Afogado neste desafeto ébrio,
Morro submergido na salgada
água de minha pobre face tesa.

Renascerei abatido e sério.
Para que, na próxima vida malfada,
ainda sofra de tanta tristeza.

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