por Victor Hudson
Coluna: A vida é um dia
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Sou jornalista, fotógrafo e músico.
Posso até não ser o que se pede.
Posso até não ser tão veloz, quanto o mundo quer.
Mas, se posso, sempre dou um jeito de chegar.
(...)
Desde criança gosto do que tem cheiro de universo.
O verso da poesia me saltava aos olhos que nem uma bomba.
Eu me calava. Ouvia aquele barulhão do Drummond. Eu me calava totalmente.
Eu lia e não encontrava mais a porta de entrada.
Minha saída foi escrever, compor e fotografar.
Ainda criança, queria ser astrônomo. Comprei restiva "UFO" nas bancas e tudo.
Encontrava de olho a estrela Dalva, a chave do céu, as três marias, o cruzeiro do sul. Ficava encucado, achando que a Lua me perseguia quando olhava para ela da janela do carro.
Tô nos trinta agora. Meio que não deu.
O tempo passou, o foguete voou, me formei, me empreguei, me empreguinei.
Quando somos crianças, tudo parece grande. Quando crescemos, tudo parece grade.
Sou capricorniano,
não torço pra nenhum time de futebol e amo correr. Qualquer hora do dia, noite (até de madrugada, nas loucuras).
Posso até não ser o que pareço.
Mas já sonhei que voava. Era tão alto, tão veloz e tão real, que acordei. Assustado.
O medo de altura falou mais alto.
Voltei a dormir, sonhei novamente. Voando. Era muito alto, eu nem acredito naquilo. De repente o chão sumiu. Ainda lembro das cores e do som.
A vontade de voar solfejou ainda mais alto.
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