por Talles Azigon
Coluna: Vinte Palavras Girando Ao Redor do Sol
A Cátia de França disse – Chegou a hora, mostre o seu palavreado/ ou assuma seu papel de mamulengo.
Gosto de pensar que pareço com a Cátia, gente de uma cidade pequenina, gente que toma café feito no pano, que conhece o povo todo sentado na calçada e dá bom dia/boa tarde. Gente do Nordeste, pois o Nordeste é uma espécie de DNA, um modo todo particular de ser Feliz e de Sofrer, de ver as amigas indo embora, procurar as coisas que dizem ser bem melhores que as daqui.
O Nordeste sou Eu, Fortaleza Sou Eu, Maraponga sou Eu.
Sou a rua Leon Gradvohl, sou a prole de minha Vó, mesmo saindo de casa, mesmo indo embora, em mais uma fuga. A casa não se dissolve, casa é uma carcaça que vai se formando na sua cacunda, hei de levar para todos os lugares, casa é o modo como você balança a cabeça e cruza os braços e diz: armaria, tem é zé.
Isso tudo aqui é nosso porque nunca fizemos escritura disso tudo, somos povos da terra de antes, gente que andava no vento, se banhava na lagoa, conversava com os peixes. Hoje escreve tuítes e blogs.
Essa coluna, assim como esse editorial, será isso: umas vintes palavras transloucadas girando ao redor do sol. Escrevo melhor poemas, é mais íntimo, mas é bom mostrar o palavreado, não quero assumir nunca o papel de Mamulengo.
Talles Azigon é Poeta, maraponguense, e ainda um menino.
2 comentários:
Seja bem-vindo a essa pouco organizada casa-virtual-literária! Adorei a proposta, temos que nos 'butar' no mundo 'mermo'!
Armaria, que reforço interessante para o nosso plantel. Bem vindo, rapaz. Gostei do palavreado.
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